A indústria têxtil e toda a cadeia produtiva da moda podem reduzir o impacto dos seus processos produtivos criando produtos com design sustentável.

Com o objetivo de construir uma cultura de consumo sustentável, o Instituto-e aliou-se a iniciativa privada e outras organizações internacionais para difundir o uso de matérias-primas sustentáveis na confecção de produtos texteis, a fim de proteger a biodiversidade e melhorar as condições sociais no Brasil e no Planeta.

A idéia é fazer a análise de matérias-primas, os impactos dos processos de produção, conservação da biodiversidade e aspectos sociais para criar critérios de seleção para a certificação de tecido ecológicos, ou e-fabrics.

Listamos aqui alguns exemplos de matérias primas para fabricação de roupas e acessórios com suas pegadas de carbono correspondentes:

Pirarucu

O couro do nosso peixe pode ser utilizado por não utilizar produtos químicos no tratamento da pele. A captura do pirarucu é feita de forma consciente e não-predatória respeitando a legislação ambiental e os períodos de procriação.

A pegada de carbono de 1 bolsa de couro Pirarucu é de 39 kg de CO2 eq

Lona reciclada

Feita com algodão reciclado e PET, que é um dos materiais mais poluentes por encher aterros no Brasil. As garrafas de plástico representam mais de 30% dos resíduos recolhidos e sua reutilização na indústria têxtil ajuda a reduzir os impactos ambientais. Além disso, como um resultado social para as mulheres, este processo dá uma receita alternativa para as costureiras.

A pegada de carbono de uma mochila feita com lona reciclada é de 15,1 kg CO2 eq

Seda ecológica

O manejo sustentável do processo produtivo faz com que cada recurso seja explorado de uma forma que não prejudique o meio ambiente. A seda ecológica utiliza casulos que foram descartados pelo processo industrial e utiliza os resíduos dos bichos da seda como cobertura do solo, evitando a erosão e mantendo a fertilidade do solo. Esse tipo de processamento gera renda para famílias de artesãos e estimula a tradição da tecelagem manual. Além disso, no processo de tingimento apenas corantes de origem vegetal são utilizados.

A pegada de carbono de 1 par de tênis é de 10,7 kg CO2 eq

Tecido reciclado

No processo de produção, os produtos que teriam sido descartados são reutilizados e transformados em um tecido de qualidade ecologicamente correta. Aparas e sobras das empresas de vestuário e embalagens PET – responsável por 30% dos resíduos sólidos coletados nas cidades brasileiras – são totalmente reutilizados e, além disso, este tecido exclui a fase de tingimento, poupando recursos.

A pegada de carbono de um par de sapatos Dockside é de 4,9 kg de CO2 eq

Algodão orgânico

O algodão orgânico é obtido em sistemas sustentáveis, através da gestão e proteção dos recursos naturais. Contrariamente às culturas de algodão convencional – que utilizam 25% dos produtos químicos agrícolas do mundo – o cultivo orgânico não utiliza fertilizantes químicos. Ela mantém e restaura a fertilidade do solo e preserva a biodiversidade.

A pegada de carbono de uma camiseta é de 4,1 kg de CO2 eq

Eco lona de juta

Desenvolvido a partir de fibra de juta, uma matéria-prima típica do Brasil. A semeadura e extração são feitos com base no uso sustentável da floresta. Contribui para a preservação da biodiversidade da região amazônica. Além disso, é um material facilmente decomposto depois de descartado: A juta leva dois anos para desaparecer, enquanto, algodão leva 10 anos para se decompor e o poliéster pode levar 100 anos.

A pegada de carbono de 1 Bolsa Ecojuta é de 18,9 kg CO2 eq

OBS: CO2 eq ou carbono equivalente é a unidade de medida usada para se calcular o valor econômico dos diferentes gases para comercialização de créditos de carbono nos “Certificados de Emissões Reduzidas” (CER’s).

Claudio Vaz

Fontes: Instituto e-traces