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Matéria Isto É Gente

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Guarda-roupa do poder

Cláudio Vaz Filho, consultor de moda dos tucanos, escolhe o figurino do presidente da República, de deputados, empresários e artistas globais
Fábio Bittencourt
de São Paulo
Revista Isto É Gente 09/ago/1999
Véspera da posse do segundo mandato. Dezenas de repórteres se aglomeravam em frente ao prédio mais visitado da rua Maranhão, no bairro de Higienópolis, em São Paulo, residência do primeiro casal, Fernando Henrique e Ruth Cardoso. A expectativa é quanto ao novo anúncio do Ministério. Um Palio preto estaciona na porta do prédio do presidente. Um homem vestindo camiseta preta e calça jeans sai do carro, com algumas sacolas na mão. Os jornalistas se perguntam: “Será um novo ministro?” Não. Era Cláudio Vaz Filho, 38 anos, o consultor de moda do presidente e de alguns dos principais nomes do governo.
No apartamento, enquanto Cláudio arruma as sacolas com vários trajes e camisas, Fernando Henrique esquenta arroz e bife à milanesa no microondas de sua cozinha. “Você está com cara de fome”, disse-lhe FHC. O consultor recusa o convite para o almoço e espera o homem mais importante do País terminar sua refeição. Entre uma conversa e outra, FHC decide ficar com um modelo azul-marinho, de três botões, com o qual foi fotografado na cerimônia de posse em janeiro passado. “O presidente faz estilo chique-despojado”, define Cláudio Vaz, explicando que FHC gosta da cor tradicional escura, mas trocou o jaquetão do primeiro mandato por um traje com três botões, hoje no auge da moda. Cláudio conhece o casal há uma década e desfruta de razoável intimidade. “Ele tinha mania por barra italiana, mas agora usa também calças com barra lisa”, informa.
Natural de São Carlos (SP), Cláudio chegou a São Paulo há 17 anos. Começou como vendedor e trabalhou nas lojas de roupas masculinas mais badaladas da cidade, onde angariou a clientela vip, incluindo FHC, (…) há dois anos, percebeu que poderia ganhar dinheiro com o conhecimento de moda que adquiriu e o desconhecimento do assunto por parte da clientela. Seu método é simples. Ele apanha as roupas nas lojas e as leva até a casa do cliente. Cobra uma taxa que varia de 10% a 20% sobre o valor das peças adquiridas. Por mês, chega a faturar R$ 8 mil.
OS TERNOS DE FHC Afora o presidente, ele atende políticos como o ministro da Saúde, José Serra, e o presidente da Câmara, Michel Temer, e artistas como Aracy Balabanian. Chiquinho Scarpa é de seus clientes mais assíduos. Foi Cláudio quem reformou o seu visual, convencendo-o a doar os 120 pares de sapatos tipo plataforma e os ternos justos de lapela pequena. “O Chiquinho odeia roupas que amassam”, explica. Hoje, o playboy é dono de uma coleção de 58 pares de sapatos, 100 ternos e 200 camisas. Um exagero, comparado ao guarda-roupa presidencial. “Em São Paulo, FHC tem uns 20 ternos e cinco blazers”, contabiliza Cláudio, que só atende o presidente quando ele está na capital paulista.
O gosto da clientela famosa segundo o consultorCláudio Vaz escolhe dos ternos às cuecas de Chiquinho Scarpa. O playboy paulistano tem 30 peças importadas, brancas enumeradas. Não gosta de repeti-lasno mesmo mês. “Cada uma custa emmédia R$ 40″, explica o consultor, que toda quinzena promove uma arrumação geral no closet de 50 metros quadradosde seu cliente. A atriz Aracy Balabanian recebe Cláudio uma vez por semana.A cada visita, ele leva de 40 a 50 peças.”Ela se veste de maneira clássica. Adora terno, blazer e calça à noite, e tricô, calça e camisa durante o dia.”O ministro José Serra ficou com ciúme na vez em que encontrou Cláudio no apartamento de FHC. Na época, o consultor trabalhava numa loja freqüentada pelos dois clientes famosos. “Quer dizer que ele você atende em casa?”, reclamou o ministro.
O gosto da clientela famosa segundo o consultor
Cláudio Vaz escolhe dos ternos às cuecas de Chiquinho Scarpa. O playboy paulistano tem 30 peças importadas, brancas e numeradas. Não gosta de repeti-las no mesmo mês. “Cada uma custa em média R$ 40″, explica o consultor, que toda quinzena promove uma arrumação geral no closet de 50 metros quadrados de seu cliente. A atriz Aracy Balabanian recebe Cláudio uma vez por semana. A cada visita, ele leva de 40 a 50 peças. “Ela se veste de maneira clássica. Adora terno, blazer e calça à noite, e tricô, calça e camisa durante o dia.” O ministro José Serra ficou com ciúme na vez em que encontrou Cláudio no apartamento de FHC. Na época, o consultor trabalhava numa loja freqüentada pelos dois clientes famosos. “Quer dizer que ele você atende em casa?”, reclamou o ministro.
Nos últimos meses, o consultor tem experimentado um pouco da fama de seus clientes. Desde março, apresenta um quadro sobre moda dentro do programa Dia a Dia, da TV Bandeirantes. Seu rosto está se tornando conhecido. No último MorumbiFashion, distribuiu autógrafos e recebeu em mãos a carta de uma fã apaixonada. A moça jurava que eles haviam se conhecido no Rio. Solteiro convicto, morando em um apartamento recém-alugado nos Jardins, em São Paulo, Cláudio acabou com as esperanças da fã.

Cláudio Vaz Filho, consultor de moda ou personal stylist dos tucanos, escolhe o figurino do presidente da República, de deputados, empresários e artistas globais

Por Fábio Bittencourt Revista Isto É Gente 09/ago/1999

Véspera da posse do segundo mandato. Dezenas de repórteres se aglomeravam em frente ao prédio mais visitado da rua Maranhão, no bairro de Higienópolis, em São Paulo, residência do primeiro casal, Fernando Henrique e Ruth Cardoso.

A expectativa é quanto ao novo anúncio do Ministério. Um Palio preto estaciona na porta do prédio do presidente. Um homem vestindo camiseta preta e calça jeans sai do carro, com algumas sacolas na mão. Os jornalistas se perguntam: “Será um novo ministro?” Não. Era Cláudio Vaz Filho, o consultor de moda do presidente e de alguns dos principais nomes do governo.

No apartamento, enquanto Cláudio arruma as sacolas com vários trajes e camisas, Fernando Henrique esquenta arroz e bife à milanesa no microondas de sua cozinha. “Você está com cara de fome”, disse-lhe FHC. O consultor recusa o convite para o almoço e espera o homem mais importante do País terminar sua refeição. Entre uma conversa e outra, FHC decide ficar com um modelo azul-marinho, de três botões, com o qual foi fotografado na cerimônia de posse em janeiro passado. “O presidente faz estilo chique-despojado”, define Cláudio Vaz, explicando que FHC gosta da cor tradicional escura, mas trocou o jaquetão do primeiro mandato por um traje com três botões, hoje no auge da moda. Cláudio conhece o casal há uma década e desfruta de razoável intimidade. “Ele tinha mania por barra italiana, mas agora usa também calças com barra lisa”, informa.

Natural de São Carlos (SP), Cláudio chegou a São Paulo há 20 anos. Começou como vendedor e trabalhou nas lojas de roupas masculinas mais badaladas da cidade, onde angariou a clientela vip, incluindo FHC, (…) há dois anos, percebeu que poderia ganhar dinheiro com o conhecimento de moda que adquiriu e o desconhecimento do assunto por parte da clientela. Seu método é simples. Ele apanha as roupas nas lojas e as leva até a casa do cliente. Cobra uma taxa que varia de 10% a 20% sobre o valor das peças adquiridas. Por mês, chega a faturar R$ 8 mil.

OS TERNOS DE FHC

Afora o presidente, ele atende políticos como o ministro da Saúde, José Serra, e o presidente da Câmara, Michel Temer, e artistas como Aracy Balabanian. Chiquinho Scarpa é de seus clientes mais assíduos. Foi Cláudio quem reformou o seu visual, convencendo-o a doar os 120 pares de sapatos tipo plataforma e os ternos justos de lapela pequena. “O Chiquinho odeia roupas que amassam”, explica. Hoje, o playboy é dono de uma coleção de 58 pares de sapatos, 100 ternos e 200 camisas. Um exagero, comparado ao guarda-roupa presidencial. “Em São Paulo, FHC tem uns 20 ternos e cinco blazers”, contabiliza Cláudio, que só atende o presidente quando ele está na capital paulista.

O gosto da clientela famosa segundo o consultor

Cláudio Vaz escolhe dos ternos às cuecas de Chiquinho Scarpa. O playboy paulistano tem 30 peças importadas, brancas enumeradas. Não gosta de repeti-lasno mesmo mês. “Cada uma custa emmédia R$ 40″, explica o consultor, que toda quinzena promove uma arrumação geral no closet de 50 metros quadradosde seu cliente. A atriz Aracy Balabanian recebe Cláudio uma vez por semana.A cada visita, ele leva de 40 a 50 peças.”Ela se veste de maneira clássica. Adora terno, blazer e calça à noite, e tricô, calça e camisa durante o dia.”O ministro José Serra ficou com ciúme na vez em que encontrou Cláudio no apartamento de FHC. Na época, o consultor trabalhava numa loja freqüentada pelos dois clientes famosos. “Quer dizer que ele você atende em casa?”, reclamou o ministro.

Nos últimos meses, o consultor tem experimentado um pouco da fama de seus clientes. Desde março, apresenta um quadro sobre moda dentro do programa Dia a Dia, da TV Bandeirantes. Seu rosto está se tornando conhecido. No último MorumbiFashion, distribuiu autógrafos e recebeu em mãos a carta de uma fã apaixonada. A moça jurava que eles haviam se conhecido no Rio. Solteiro convicto, morando em um apartamento recém-alugado nos Jardins, em São Paulo, Cláudio acabou com as esperanças da fã.

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Verniz para um candidato

Jornal Valor Econômico

03/05/2000 – Caderno EU& – Suzana Barelli

Especialistas em imagem dão dicas para garantir votos.

Início de ano eleitoral é época de via crucis de políticos aos escritórios dos mais diversos consultores de imagem. Como primeiro passo para não fazer feio no palanque, eles aproveitam os meses que antecedem as convenções dos partidos para agendar consultas com ‘personal stylists’, freqüentar aulas de técnicas de discurso e impostação de voz e até trocar o modelo de óculos.

É uma verdadeira maratona, que eles seguem sem pestanejar – nem reclamar. ‘Pela conquista do voto, os políticos apreendem e assimilam todas as dicas’, afirma a fonoaudióloga Glória Beuttenmüller, uma das mais disputadas quando o assunto é não dar vexame diante do eleitor.

Neste ano, no entanto, uma certa cautela ronda o setor. O desgaste do prefeito paulistano Celso Pitta, considerado por alguns um ‘produto’ do publicitário Duda Mendonça, é usado como exemplo pelos profissionais para mostrar que não é possível construir um homem público apenas com o visual. ‘Antes de cuidar da aparência, o político precisa fazer sua lição de casa, que é conhecer o seu eleitorado’, afirma Reinaldo Polito, que há 25 anos resolve os problemas de impostação de voz, vocabulário e expressão corporal das personalidades da política.

Com o dever de casa feito, os políticos devem preparar o bolso para cuidar da imagem e pagar adiantado, afinal, muitos profissionais estão escaldados com os atrasos de campanha.

No pacote de consumo, os gastos variam de R$ 300 a R$ 600 – o valor de óculos novos, com consultoria do expert Miguel Giannini, que pode subir com a escolha de lente anti-reflexo ou anti-aderente à água de chuva – até porcentagens sobre o total das compras, como no caso das dicas de moda. Profissionais como Polito e Glória optam por treinamentos que chegam a durar das 9h às 18 h, com a promessa de o candidato manter o celular desligado.

O ‘personal stylist’ Cláudio Vaz dá conselhos de como se vestir até para o presidente Fernando Henrique Cardoso. Cobra entre 10% e 20% do total da nota fiscal. Ele analisa o estilo do candidato e leva até o comitê eleitoral sugestões de ternos, gravatas, camisas, sapatos e até trajes informais para se adequar à agenda de campanha. ‘Não é a roupa que tem de aparecer, mas sim as idéias’, diz, ao entregar sua primeira dica. Sobre FHC, ele diz que o presidente lhe pediu para não trazer mais gravatas, pois é um dos presentes que mais recebe.

Na Dress Code, Silvana Biancchini analisa o estilo e o tipo físico da candidato para mostrar quais as cores que o favorecem. Até Eliana Tranchesi, da badalada Daslu, dá dicas informais para os candidatos que aparecem na sua loja. Entre elas, está uso de camisas brancas, que iluminam o rosto e trazem credibilidade. ‘O político não deve querer passar mensagens com a gravata e deve evitar o marrom, que não traz boa sorte.’

Miguel Giannini é conhecido por corrigir óculos das personalidades, como o governador Mário Covas. A consultoria tem suas peculiaridades: não é o cliente, mas sim a sua equipe quem palpita sobre a armação. Outra máxima do especialista é o cuidado para jamais esconder a sobrancelha: as armações devem ser suaves para fixar a imagem da pessoa, e não a dos óculos.

São dicas que podem valer ouro pura na concorrida disputa do voto. ‘Na hora de gravar para a televisão, muitos esquecem a aula e ficam artificiais. A sugestão é colocar alguém conhecido atrás das câmaras’, sugere Polito. De olho na aparência do candidato, ele tem até uma máquina de engraxar sapatos no seu escritório. Tudo para dar uma limpada no visual. Seus alunos aprovam. ‘Tenho muitas idéias, mas falo mal em público’, afirma Alexandre Laham, que pleiteia uma das vagas do PL para vereador por São Paulo e tomou aulas com Polito em abril. ‘Depois da aula, ficou mais fácil transmitir as minhas idéias.’ Pelo menos aqui, eles costumam ser bastante obedientes.

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Eles são lindos, absolutos

Claro! Edições – Moda

Escrito por Marcos Ritel e Letícia Mori

Quarta, 10 de junho de 2009 12:26

O Claro! foi conversar com quem cuida da imagem de políticos brasileiros e faz a roupa e o estilo render votos

(…)

Um homem caminha por um saguão com terno e chinelo de dedos. No elevador, cruza com um tipo de chapéu de vaqueiro e terno azul marinho. Um terceiro, de terno de linho amarelo todo amassado, junta-se à cena. Não se trata do casting de um filme non-sense ou de um hospício com pacientes muito formais. É um dia normal no congresso brasileiro

Quem constrói o cenário é Cláudio Vaz Filho, consultor de moda há mais de dez anos, e que teria ampla experiência com políticos brasileiros. Dos poucos que realmente se importam com o guarda-roupa, uma parte considerável procura Cláudio para ajudá-los com o figurino. Ele já atendeu nomes como José Serra, Ciro Gomes, Andrea Matarazzo, Michel Temer, entre outros. Além do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC), que, “modéstia à parte”, diz Cláudio, “é um dos políticos brasileiros mais bem vestidos.”

Cláudio conversa com a reportagem num café da rua Oscar Freire. Super básico, usa uma blusa preta e calça jeans. Se arrisca pouco em temas mais políticos como campanha, comportamento eleitoral ou suas preferências pessoas. Se limita a dizer que a credibilidade de um político está diretamente ligada a sua maneira de se vestir. Mas, confiante no seu senso estético, não tem medo de opinar sobre quem quer que seja no quesito aparência. Cita nomes, diz que “o brasileiro, principalmente o homem, se veste muito mal”, sugere mudanças. A ministra Dilma, por exemplo, poderia suavizar sua aparência de dama-de-ferro e mudar o corte de cabelo. Lula, apesar de se vestir bem, com um estilo clássico, deveria tomar cuidado com a transpiração. Já o senador Heráclito Fortes precisaria de uma reformulação total.

Mas, apesar de tudo, quando um político decide (ou é convencido) a procurar um consultor de moda, ele é mais fácil de trabalhar do que outras celebridades, de acordo com Cláudio. Políticos são mais seguros e abertos a mudanças”, diz. Questionamos se a formalidade de cargos públicos não impõe o figurino. “É sempre possível ter seu estilo, se manter elegante e ter suas marcas pessoais”, diz ele. No caso de FHC, elas seriam os ternos de algodão, um dos formadores do seu estilo “chique-despojado”.

FHC virou cliente de Claúdio Vaz na época em que o último ainda era vendedor de lojas badaladas do circuito de luxo de São Paulo. No início, o consultor não cobrava nada pelos seus serviços. “As coisas foram acontecendo naturalmente, eu nem imaginava. As pessoas foram me procurando e indicando”, diz. Com conhecimento adquirido no ramo, Cláudio se tornou um dos primeiros consultores pessoais de moda do Brasil, bem antes do surgimento da expressão personal stylist.

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Sebrae PB

Revista Isto É

Couromoda

Fofoki

Revista Época

Sinprorp

NetCult